sábado, 14 de abril de 2012

Calou-se uma voz

Calou-se um bumbo leguero,
calou-se também a voz da cigarra.
A voz dos "sem voz", sem voto e sem vez,
num tobiano alado, esvoaçando a melena,
"la negra" partiu para a aldeia dos céus.
Ameríndia de espírito guerreiro,
de coragem ímpar e voz sem igual,
cantava uma América sem alambrados,
de fronteiras abertas e homens iguais.
"Gracias a la vida" por ter-te entre nós,
de ver palcos lotados, ouvindo o clamor
de um povo sofrido, de grito oprimido,
pela força do algoz, na voz dos canhões.
"Solo le pido a Dios" concretizar teus sonhos,
de ver homens livres, tais pássaros alados,
transpondo fronteiras das diferenças
e os povos latinos de mãos dadas,
entoando um hino de amor e de paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário